Thomas Baker perdeu tudo enquanto lutava por seu país. Ele foi surpreendido pelas notícias de morte de sua mãe e irmão, abandonado pela mulher que amava e sofreu um ferimento sério que levou à amputação de seu pé direito. Apenas uma coisa lhe resta: a promessa de se casar com a noiva de seu melhor amigo e companheiro de batalha, morto em combate.Charlotte Hollth passou anos esperando seu noivo retornar da guerra, mas quando uma carta lhe confirma que isso não vai acontecer, todos os seus planos caem por terra. Após muita relutância, ela finalmente está pronta para seguir em frente, até que um estranho aparece em sua porta dizendo que está ali para casar-se com ela.Entre a resistência dela e a insistência dele, antigas feridas e traumas podem ser curados."A Promessa do Capitão” é um romance de época de recomeços, honra e especialmente, amor.
"O amor nunca morre. Ele permanece, ainda que não haja presença física."
Histórias em contexto de guerra sempre despertam em mim um lado muito reflexivo, eu fico imaginando que essas pessoas são reais na minha cabeça, loucura né?
O que eu mais amei nesse romance é o fato de a gente conhecer os personagens antes deles se conhecerem, e que a história deles não é uma página em branco que começa a ser escrita a partir do momento em que se conhecem. Na verdade, eles têm uma bagagem e suas vidas são entrelaçados muito antes disso.
A história começa com o jovem Thomas se despedindo da família para lutar na guerra, o contexto histórico são as guerras Napoleônicas do começo de 1800, achei muito bacana a abordagem desse fato na história.
A parte do prólogo já é muito emocionante, a autora descreve tudo de um jeito que parece tão real, sinto como se alguém querido meu estivesse passando por isso. Quase chorei com ele se despedindo da família, mãe e irmão, depois da namorada.
Thomas se alistou no exército inglês para tirar a família da situação difícil, mas no fundo do seu coração ele sabia que a sua vida nunca mais seria a mesma.
De fato, quando ele foi convocado para lutar pela Inglaterra contra Napoleão, tudo mudou, ele passou pelos terrores da guerra, perdeu tudo, mas também conquistou uma amizade verdadeira com Oliver, a quem devia a vida, pois ele o livrara da morte em um dos conflitos.
Oliver, assim como ele deixara uma noiva esperando seu retorno. Mas Charlotte estava em casa num dilema terrível, se dera conta de que mesmo que nutrisse um respeito e profunda afeição por Oliver, ela não o amava. Mas como tinha se comprometido em se casar com ele depois que a guerra terminasse, ela não voltaria com sua palavra, também tinha o fato de sua consciência saber que ele deveria estar em uma profunda tensão no campo de batalha precisando de palavras de conforto que ela poderia lhe oferecer.
As vésperas de mais um combate, Oliver tem um pressentimento ruim de que talvez não voltasse. Como honrava seu compromisso com Charlotte, ele suplicou a Tomas que assumisse seu lugar casando-se com ela.
De fato ele não voltou, cabendo a Thomas a missão de cumprir sua promessa. Quando a guerra finalmente terminou, deixou seus saldos: perdas irreparáveis, consequências psicológicas e um pé faltante. O que o mantinha de pé era a promessa de se casar com uma mulher que não conhecia e que nem sabia quem ele era.
"Como homem, Thomas se sentia muito desiludido. Imaginava que talvez jamais seria visto novamente com bons olhos por uma mulher. Que jamais seria desejado novamente."
Para Charlotte também houve perdas, e a situação financeira se complicou, seu trabalho de costureira e o da irmã na taverna era o que mantinha a casa e a comida na mesa, sem dúvida podemos classificá-la como uma mocinha forte.
Quando recebe tardiamente a notícia da morte de Oliver, ela sente a sua perda como a de um amigo querido. Mas o choque maior acontece quando um completo desconhecido aparece na sua porta dizendo que vai se casar com ela.
Thomas não foi nada sutil com a sua proposta de casamento (se bem que não foi uma proposta e sim um comunicado) isso, é claro, enfureceu Charlotte que não estava nem um pouco inclinada a assumir outro compromisso com alguém que não amava.
"Charlotte não precisava ser salva por ninguém. Ela sobrevivera muito bem sem Oliver todo aquele tempo, mesmo não tendo sido nada fácil e continuaria assim. Ela era dona de sua vida agora, e aquela liberdade lhe era preciosa. Era necessária. Era justa."
Para tentar convencer a relutante noiva que lhe foi imposta, ele decidiu ser sincero sobre os seus sentimentos, tudo que perdeu, suas esperanças e isso acaba amolecendo o coração de Charlotte. Então acaba aceitando conhecê-lo e nisso ela vai ter seu coração completamente fisgado pelo amor desse homem, com ele também não é diferente.
Essa leitura para mim, foi emocionante, fofa, empolgante e me encantou. A trama começa de forma dramática por conta da guerra, da despedida de Thomas de sua família e tudo o que sucedeu na batalha.
Mas a segunda parte, que para mim, começa quando Tom e Charlotte finalmente se conhecem, se desenrola toda em um clima brando e fofo, permeado pelo diálogo entre os protagonistas, as relações familiares e de amizade e o cotidiano leve.
O que mais gostei nessa história foi a relação bonita e saudável que esse casal conquistou, baseada no diálogo, na aceitação e no respeito mútuo. Também por ser ambientado fora dos salões de Londes, nos permitindo ver outras realidades de pessoas do povo, sem títulos de nobreza e nem fortunas.
Os personagens secundários são fantásticos, não vou falar muito para não soltar spoiler, mas já estou louca pelo próximo romance dessa série.
Aliás, esse livro nos entrega um plot no final, que ameaça um pouco o romance do casal (esse momento foi o único que me deu vontade de dar uns tabefes no mocinho, quem leu vai entender). E esse plot tem tudo a ver com o próximo livro, por isso estou roendo as unhas de ansiedade.
Super recomendo esse livro para todos os amantes se romance de época, sobretudo para quem gosta de tramas contextualizadas, cheias de emoções e levemente sensuais. Essa temática de mocinho marcado pela guerra, com feridas físicas e psicológicas que só o amor e a aceitação conseguem curar me ganhou completamente.
"Um ato de amor era, de fato, honrado. Era a personificação da honra. Era a coragem de se expor e se arriscar por outro alguém. Amar era um ato de coragem."
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