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16 de set. de 2021

Resenha: Entre a pena e a pólvora - Nathalia Rondan

Autora: Nathalia Rondan

Páginas: 251
Ano: 2021
Editora: Independente na Amazon
Gênero: Romance de época
Nota5 🌟 +❤️
🌡️Nível Hot: ❤️ ( não é hot)
No K. Unlimited: Pegue o seu👈
Sinopse

Quando John Lyndon se torna o único herdeiro do ducado de Ravensworth, ele terá de abandonar todos os seus sonhos e voltar para sua terra natal (onde não pisa há dez anos). Do outro lado, a família Capell há anos disputa com os Lyndon o ducado e veem nesse jovem inapto uma oportunidade de retomá-lo. Ada Capell uma das filhas da poderosa família tem tanta aversão pela alta sociedade e suas disputas de poder quanto John, ela por sua vez se refugia do mundo nos livros e em uma época em que mulheres são desprovidas de qualquer direito, esta jovem está prestes a provar que papel e tinta podem ser mais letais que pólvora.




Não tenho outra palavra para definir esse romance além de “Encantador”.
“Entre a pena e a pólvora” é o tipo de romance de época que eu indico para todos, é leve e muito divertido, pois a trama é narrada em primeira pessoa sob o ponto de vista de ambos os protagonistas, John e Ada, e esses dois têm um senso de humor e um raciocínio que me fez gargalhar em diversos momentos.

Além disso, a autora faz diversas referências à músicas, óperas, livros (inclusive a diversas obras de Shakespeare) e a história e cultura inglesa e italiana, a forma com que tudo isso compôs a trama me encantou.

Deixa eu fazer um resumo introdutório da história: John Lyndon era apenas um jovem escritor filosofando e curtindo os prazeres da vida na Itália (a boa comida, a ópera e os melhores estabelecimentos), até que recebe uma carta notificando o falecimento de seu tio o Duque de Ravensworth e consequentemente o aviso de que a partir daquele momento ele era o novo Duque, pois seu tio não tivera filhos homens, seu pai já tinha morrido e ele era o próximo na linha se sucessão do ducado.

Como já era de se esperar John não fica nada feliz em ter que abandonar a sua vida tranquila na Itália para se envolver com as questões da nobreza inglesa, mas dever é dever, então ele acaba partindo.

John saiu da Inglaterra muito novo por isso não estava muito familiarizado com os costumes de lá, tanto é que quando chega na propriedade Ravensworth, ele narra para nós como foi recebido pela sua tia e primas com a pompa, etiqueta e protocolo que os ingleses usavam para tudo, até um criado para lhe vestir e pentear o tinham designado. 

Ele descreve a comida como horrorosa, muito distante do paladar italiano que ele tinha adquirido, confesso que morri de rir de um episódio com um certo pudim de sebo (vou procurar a receita a título de curiosidade, porque coisa boa não deve ser), me vi também doida de vontade de tomar o famoso chá Earl Gray (até já coloquei no meu carrinho da Amazon para provar).
Também ri horrores com o confronto dele com as matronas inglesas, como já sabemos elas não deixam nenhum nobre escapar, ainda mais se fosse um duque em posse de grande fortuna como era o caso de John, logo na primeira manhã dele em Ravensworth ele foi bombardeado por um enxame de matronas com suas filhas casadoiras, a solução foi escapar para o quarto e só sair tarde da noite.
A parte do romance se desenrola em uma vibe suave de “Romeo e Julieta”, pois as famílias Lyndon e Capell são inimigas seculares, na verdade o pai de Ada Capell é que odeia fervorosamente os Lyndon.
Acontece que o amor de Ada e John tinha que acontecer, afinal eles tinham muita coisa em comum, além da língua e mente afiada os dois também compartilhavam o prazer pela leitura e escrita, os valores e pensamentos dos dois combinam muito.
Então quando se conhecem é amor à primeira vista, para o horror do pai de Ada.
Contrariando a rixa entre as famílias John se torna amigo e Edward Capell, irmão mais velho de Ada. Aliás, Edward é outra peste (kkkk no bom sentido), tem um senso de humor sensacional, aliás, o trio John, Ada e Edward é garantia de diversão.
Mas nem só de diversão e romance fofo esse livro é composto, temos também alguns mistérios a serem resolvidos rondando a morte do último Duque de Ravensworth. Lá para os meados a trama vai ficando um pouco mais densa, acontece uma morte e várias tentativas de acabar com a vida de John. Tem todo um mistério em descobrir quem está por trás disso. Uma situação quase no final do livro me deixou tensa quanto aos rumos do romance, mas entre mortos, feridos e assassinos salvaram-se quase todos.
Sem dúvida os pontos que mais gostei nesse romance foi o senso de humor que é conduzido de forma brilhante do começo ao fim, as referências e os diálogos espirituosos dos personagens, as emoções que essa história proporciona.

Outra coisa que eu amei é o fato de que um bom romance de época não precisa necessariamente hot ou sensual, esse consegue se sustentar com perfeição sem essas cenas (embora nós leitoras ávidas do gênero já começamos a ler pensando no rala e rola do casal kkk), fui alertada pela autora que não teria essas senas e, sinceramente, nesse contexto não fizeram a menor falta, porque o romance desse casal é mais fofo e puro do que pautado na sensualidade.
Toda essa composição e a escrita deliciosa me fizeram devorar essas páginas e eu super recomendo que façam o mesmo.

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